AS HIPÉRBOLES DO OSCAR
22 de outubro de 2013 por keyimaguirejunior
Jesus contava parábolas – Niemeyer, parafraseando a conhecida definição de Artigas, fazia cantar as hipérboles.
Esses riscos, feitos até onde a memória alcançou, caracterizam uma idéia antiga: estudar a importância dessa curva nos projetos de ON.
Das aulas de desenho geométrico do prof.Ernani Straube, lembro que os lados da parábola tendem a se aproximar – e os da hipérbole, a se afastar. Daí a leveza que resulta de seu uso na arquitetura.
Claro que nem tudo são hipérboles na obra do colega – ele mesmo gostava de dizer que se inspirava no corpo feminino, onde há mais curvas do que supõe nossa vã geometria.
E nem, evidente, a curva é exclusividade de alguém. Apenas digo que estão em muitos de seus projetos e são responsáveis por sua principal qualidade, a leveza. Quando se assistia às suas palestras, sempre mais desenhadas que faladas, ficava evidente sua familiaridade no trato com essa curva e suas infinitas variantes, oscilando entre a linha levemente encurvada e sua irmã mais contida, a parábola, chegando até o círculo.
Posso estar inventando a roda ou descobrindo a América – mas serve para comprovar que é uma sacanagem não se cobrar desenho geométrico no vestibular de Arquitetura.